PERÍCIA PAPILOSCÓPICA
A perícia papiloscópica é uma área especializada da perícia forense que se dedica à análise e identificação de impressões digitais. Essa técnica utiliza as características únicas e distintivas das cristas papilares presentes nas extremidades dos dedos para estabelecer a identidade de uma pessoa.
Perito Judicial em Perícia Papiloscópica
1. Quem é
É o especialista nomeado pelo juiz para realizar a análise papiloscópica, que consiste na identificação humana por meio das papilas dérmicas.
Pode ser:
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Perito oficial papiloscopista (atuando em órgãos oficiais de identificação ou Polícia Técnica).
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Perito judicial nomeado em processos que necessitam prova de identidade.
2. Base Legal
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Código de Processo Penal (arts. 158 a 184) – regras sobre a prova pericial.
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Código Civil – ações de identidade, filiação, registros públicos.
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Código Penal (arts. 307, 308, 304) – crimes relacionados a falsidade de identidade.
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CPC (arts. 464 a 480) – normas gerais da perícia judicial.
3. Objetivos da Perícia Papiloscópica
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Identificar pessoas por meio das impressões digitais, palmares ou plantares.
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Determinar a autenticidade de impressões em documentos, objetos ou locais.
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Associar um indivíduo a uma cena de crime (vestígios latentes).
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Confirmar identidade em casos de desastres de massa (incêndios, acidentes aéreos).
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Validar registros civis em ações de investigação de paternidade ou identidade.
4. Exemplos de Demandas Judiciais
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Criminais: latrocínios, homicídios, roubos, fraudes – identificação em locais de crime.
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Cíveis: disputa de identidade, falsidade documental, registros públicos.
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Trabalhistas: contestação de controles de ponto biométrico.
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Previdenciárias: confirmação de identidade de segurados.
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Desastres: identificação de corpos carbonizados ou em decomposição.
5. Técnicas Utilizadas
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Revelação de impressões latentes: pós magnéticos, pós fluorescentes, ninhidrina, cianoacrilato.
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Fotografia forense das impressões reveladas.
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Digitalização e comparação automatizada (AFIS – Automated Fingerprint Identification System).
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Comparação manual → análise de minúcias (bifurcações, terminações de linhas, ilhas, deltas, núcleos).
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Superposição entre impressão questionada e padrão.
6. Estrutura do Laudo Pericial Papiloscópico
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Identificação do processo e das partes.
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Objeto da perícia → o que deve ser analisado (impressões digitais em documento, arma, local etc.).
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Metodologia aplicada → técnicas de revelação, coleta e comparação.
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Descrição detalhada das impressões analisadas.
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Discussão técnica → comparação entre vestígio e padrões fornecidos.
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Conclusão → identidade confirmada, excluída ou resultado inconclusivo.
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Respostas aos quesitos formulados pelo juiz e pelas partes.
7. Responsabilidade do Perito Papiloscopista
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Técnica: conclusões devem se basear em métodos aceitos cientificamente.
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Jurídica: responde civil e penalmente se elaborar laudo falso (art. 342 CP).
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Ética: atuar com isenção, clareza e objetividade.
✅ Resumo:
O perito judicial em perícia papiloscópica é fundamental em casos que exigem identificação humana ou validação de impressões digitais. Seu laudo técnico pode confirmar a autoria de um crime, validar documentos ou resolver disputas de identidade.